Pensando nas relações fundamentais e no vínculo terapêutico que é tão importante na clínica psicológica, e ainda, utilizando de alguns conceitos compartilhados pelo autor Klecius Borges no livro “terapia afirmativa”, é possível entender que a psicoterapia afirmativa não é um sistema independente de psicoterapia. Ela representa um conjunto especial de conhecimentos psicológicos que questiona a visão tradicional de que a orientação sexual e a identidade de gênero possuem viés patológico para o indivíduo.
Compartilho características essenciais para que o processo terapêutico seja afirmativo e humanizado:
1. Respeito pela orientação sexual e identidade de gênero, considerando-as uma manifestação saudável, e não patológica.
2. Respeito à integridade pessoal do indivíduo, lembrando que as pessoas LGBTQIA+ possuem um histórico de opressão, e a homofobia é fator de risco para o desenvolvimento de transtornos psicológicos.
3. Respeito pela cultura e estilo de vida dos pacientes, mesmo quando seus valores, hábitos e experiências são diferentes.
4. Respeito por suas próprias crenças e atitudes. O terapeuta deve se dispor a examinar os próprios preconceitos e crenças a respeito das orientações sexuais.
A participação da família no processo de autoconhecimento de pessoas LGBTQIA+ é fundamental. Para auxiliar os indivíduos e famílias neste processo, confira alguns sinais de pessoas cujo a manifestação clínica pode estar ligada às diferentes expressões de sexualidade e gênero:
– Confusão emocional
– Baixa autoestima
– Atitude crítica em relação a si, aos outros e ao futuro
– Isolamento social
– Depressão
– Uso abusivo de substâncias
– Ansiedade
– Dificuldade generalizada de estabelecer intimidade
– Baixa imunidade
Muitos terapeutas acreditam que, por não considerarem a homossexualidade como patológica e nem terem preconceito em relação à diversidade sexual, estão aptos para atender a população LGBTQIA+. Evidências indicam que essa condição, embora necessária, não é suficiente. Diante da perspectiva afirmativa, é preciso conhecimento mais profundo a respeito dos desafios que a população LGBTQIA+ enfrenta diariamente.
O objetivo da psicoterapia afirmativa é auxiliar o paciente a tornar-se mais autêntico por meio da consideração incondicional da sexualidade. Desta forma o terapeuta poderá contribuir para uma vida mais saudável, com autoaceitação e desenvolvimento de uma identidade LGBTQIA+ positiva.
Também é importante ressaltar que a complexidade da prática clínica não deverá descartar o fato de que o paciente LGBTQIA+ é um indivíduo, não podendo, portanto, ser compreendido exclusivamente pela sua sexualidade.
“Sair do armário” talvez seja o mais importante rito de passagem para pessoas LGBTQIA+. Estar no armário para um gay significa não ter sua orientação revelada para os outros. O armário pode ser absoluto, ou seja, um segredo não compartilhado com ninguém ou apenas com poucas pessoas. Qualquer que seja o grau, o segredo é sempre fonte de angústia, medo, vergonha e culpa. Na clínica de psicologia é preciso estar atento a essa dinâmica, pois ela desempenha um papel importante na vida das pessoas LGBTQIA+ e dos familiares e amigos envolvidos no contexto.
Qualquer trabalho com pacientes LGBTQIA+ necessita de uma escuta psicológica qualificada, e ainda, de uma análise cuidadosa aos efeitos do preconceito, da opressão e demais dificuldades enfrentadas pela população.
AUTOR PSICÓLOGO GUILHERME MOBARACK
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