Quando procurar um psicólogo?

Muitas pessoas ficam com dúvidas sobre quando ou por que procurar um psicólogo. Ainda existe um pensamento de que acompanhamento psicológico é indicado apenas para pessoas loucas ou muito problemáticas, quando na verdade ajuda a evitar crises maiores e alivia os mais diversos tipos de sofrimento.

Freud já dizia que quem se trata tem um relacionamento diferente com o que chamamos de destino. Falar sobre o que nos acontece, o que não nos acontece; sobre o que sonhamos, sobre o que desejamos ou tememos. Estas são algumas formas de falarmos com partes nossas que às vezes nem sabíamos que estavam ali. A terapia ajuda quem decide olhar para si mesmo a fazer as pazes com quem se é, oferecendo nesta jornada uma possibilidade de ir em busca da vida que quer – e que é possível – viver.

Muitas vezes a busca pelo tratamento ocorre por questões mal resolvidas ou que marcaram o passado do indivíduo; ou, ainda, por questões atuais que estejam causando algum tipo de sofrimento emocional na pessoa. A verdade é que para onde quer que a gente vá, a gente se leva junto. Não temos como fugir de nós mesmos, das nossas angústias. Não podemos mudar os outros, mas podemos tentar mudar a forma como lidamos com o que os outros nos oferecem (ou não oferecem). Não temos controle sobre muitas coisas na vida, mas acredito que podemos ser donos das nossas histórias na medida em que buscamos o autoconhecimento.

Quem já andou de avião sabe: a recomendação em casos de perigo sempre é colocar primeiro a própria máscara de oxigênio para somente depois ajudar quem estiver com dificuldades. Na nossa vida acredito que existem momentos assim também: precisamos primeiro garantir a nossa segurança (emocional) para então podermos estar aptos a ajudar quem está ao nosso lado. Por vezes aceitamos coisas que nos fazem mal pensando no outro, podendo nos trazer grande sofrimento. Se você não está bem e sente a repercussão disso nas suas relações, a terapia tem muito a contribuir para sua melhora.

A psicoterapia psicanalítica não é mágica e também não faz promessas. Cada um tem o seu tempo (por esta razão não existe um tempo específico de tratamento) e saber de si é mais difícil do que parece ser (se responsabilizar por quem se é pode ser doloroso, mas necessário). No entanto, a recompensa vem mais adiante com a possibilidade que encontramos de viver uma vida com mais autonomia e menos sintomas de um passado que pôde ser finalmente entendido, ressignificado e deixado para trás em prol de um futuro mais agradável.

AUTORA PSICÓLOGA LUANA FIALHO