Essa é uma tarefa nada fácil para muitas pessoas, principalmente para alguns pais, que nos procuram aflitos, porque seus filhos estão muito agressivos, violentos, ou que se recusam a dormir, comer e a tomar banho.
Essas, tarefas simples do dia a dia de todo sujeito, mas que nesses casos são acompanhadas de brigas, xingamentos e gritos, que desconcertam os pais e adoecem os filhos.
Existe uma crença nesses pais de que seus filhos não os obedecem porque tem algum problema , talvez alguma doença ou algum gene “ruim” herdado de um parente distante, quem sabe aquele parente “menos-prezado”.
Quando investigamos o cotidiano dessas famílias, escutamos que são muito permissivos, portam-se como amigos dos filhos, influenciados pelo imaginário social, que dita a moda do “seja amigo do seu filho”.
Pensar e agir assim, é um grande equívoco, que atrapalha o desenvolvimento psíquico da criança e promove o esfacelamento da função paterna.
Não é verdade que os filhos querem que seus pais sejam seus amigos, pois esses, eles escolhem em sua escola, condomínio, clube, etc. O que eles querem e precisam, é encontrar um pai e uma mãe exatamente naqueles que tem o poder de exercer essas funções.
E quando não encontram é porque esse homem e essa mulher, não se autorizam a ir a esse lugar, de pai e de mãe. Lugar esse, que deveria coincidir com a escolha de ter um filho. Mas, sabemos que as coisas não são simples assim.
Esses homens e mulheres se atrapalham e atrapalham a vida dos filhos, igualando os membros da família e abolindo a hierarquia familiar. E sem a diferenciação, de quem é um e de quem é o outro, de quem são os pais e de quem é o filho, a criança fica sem saber quem ele é e a quem pode recorrer para lhe proteger e ensinar como deve se portar no mundo.
Sem um adulto que lhe ensine que “não pode tudo”; não saberá distinguir o que é certo e o que é errado, o que dizer, e até onde pode ir. Sem os limites, que coloca um basta na pulsão de morte, inerente a todo humano, os filhos não terão a oportunidade de lidar com sua agressividade, e quem terá lugar será: as doenças, depressões, pânicos, violência, etc. Cada vez mais comum em muitos lares, inclusive em crianças com pouca idade.
E o fato dos pais não assumirem sua funções de detentores da lei, o fato de não colocarem limites nos filhos, é porque primeiramente eles não conseguem ouvir esse “Não! Por uma dificuldade que é anterior ao nascimento dos filhos, que tem a ver com sua história com seus pais.
E se não conseguem ouvir, será que vão conseguir falar esse “Não”?